Óculos de sol exige padrão de qualidade

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Nem tudo é perecível e inofensivo no mundo da moda. Alguns estilos resistem ao tempo sem parecer cafona ou ridículo. Pelo contrário, são sinônimo de elegância, como os óculos escuros de armação grande, aqueles volumosos inspirados em Jacqueline Kennedy, a primeira-dama mais refinada do século XX. Bastante utilizado nas décadas de 60 e 70, o modelo permanece como tendência no verão 2008, ao lado de outros ainda maiores. Porém, esses charmosos acessórios tornam-se perigosos se não tiverem boa qualidade.

De acordo com Bira Andrade, gerente de logística da Fábrica de Óculos, o uso dos modelos com lentes mais largas só é seguro se o produto tiver procedência. “Por ser maior, esse tipo exige que seja confeccionado com uma curvatura adequada. O corte e o processo de composição da lente é diferenciado. Nem se parece com os produtos feitos a baixo custo“, explica.

O alerta, no entanto, vale para todos os modelos de óculos escuro, também conhecidos como solares, desde que sejam produtos confeccionados com qualidade. “É um acessório com dupla função: estética e saúde. As pessoas têm de proteger os olhos como fazem com as demais partes do corpo. É importante que seja comprado em lojas especializadas, como as óticas“, sinaliza Bento Alcoforado, presidente da Associação Brasileira de Produtos e Equipamentos Ópticos (Abiótica).
De janeiro a setembro de 2007, foram apreendidos seis milhões de óculos pirateados no Brasil.

Todos seriam vendidos a preços populares – entre R$ 10 e R$ 100. Enquanto isso, os originais chegam a custar mais que o quádruplo, como é o caso do modelo Avitor, da grife Ray ban, que custa em média R$ 489. No mostruário dos camelôs esses objetos a preços populares são atrativos pelo formato oval com lentes verdes e haste dourada, inspirado nas Forças Aéreas Norte-Americanas.

No Brasil, o mercado de óculos, incluindo os de grau, representa duas vezes o mercado de brinquedos. “São 23 mil pontos de venda licenciados como ótica no país“, conta. O nordeste é liderança no segmento - 28%, ou seja, 6,5 mil pontos de venda. Seguido por São Paulo, 26% - seis mil. Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espirito Santo juntos representam 22% - cinco mil.

BEM-ESTAR – A qualidade do produto é o diferencial para o bem-estar da visão. Óculos com lente sem filtro UV, como os que são vendidos nos camelôs ou até em butiques de shopping centers, a preços mais populares, podem ser mais perigosos do que não usar nenhum tipo de proteção. A lente escura engana o olho. “A pupila dilata facilitando a entrada dos raios ultravioleta. Pode atingir o cristalino, que é uma estrutura do olho parecido com o zoom da máquina fotográfica, e causar catarata“, alerta o oftalmologista Alberto Leitão Guerra.

Considerada crime pela lei 9.609, a pirataria torna acessível modelos cobiçados de grifes internacionais sem o mínimo padrão de qualidade, podendo agredir a saúde do consumidor. “De longe pode até ser parecido com o original, mas basta um olhar mais atento para perceber que a lente é de plástico ou vidro pintado, as hastes são mais frágeis e algumas estruturas chegam até a machucar o rosto“, conta Sônia Tenório, consultora do grupo Sàfilo do Brasil, responsável pela importação de grifes como Gucci, Empório Armani, Dior, Yves Saint-Laurent, Diesel, Hugo Boss, entre outras.

Segundo Leitão Gerra, os sintomas mais comuns são tontura, dor de cabeça e mal-estar. “O paciente acha que está doente, mas é apenas por causa do uso do óculos“, diz. As lentes fotosensíveis feitas em óticas são recomendadas. “Escurecem no sol e clareiam em ambientes internos“, explica Alcoforado.

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia recomenda o uso de óculos escuro mesmo para as pessoas que não apresentam problema de visão. Os raios ultravioletas são danosos aos olhos, principalmente para quem reside próximo aos trópicos. “Outra doença associada a exposição indevida ao sol é o piterigio, conhecido popularmente como carne no olho“, acrescenta.
Ao comprar um óculos escuro fique atento a sensação de conforto. “A lente não pode ser escura a ponto de causar incomodo“, lembra Tenório. E nem todo óculos de sol pode ser adaptado para grau. “Em alguns casos a curvatura não permite, distorce a imagem, por isso é importante comprar o produto em óticas“, sinaliza Andrade.

Para reconhecer a qualidade do óculos escuro:
1. Em um primeiro contato, o consumidor pode ter dificuldade em identificar a qualidade do óculos escuro. Mas basta aproximá-lo dos olhos, sem por no rosto, e mexer suavemente para um lado e para o outro. Depois para cima e para baixo. Se distorcer a imagem, é sinal que a lente não foi fabricada com uma curvatura adequada e pode ser prejudicial a saúde.

2. Ao comprar um óculos escuro é fundamental exigir o tratamento UVA e UVB na lente. Para ter certeza da qualidade do produto, o cliente pode solicitar uma demonstração no UV Tester, aparelho que identifica o grau de proteção da lente, disponível em qualquer ótica.

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