Só 6% dos brasileiros conhecem riscos do sol para visão, indica estudo

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O brasileiro está atento aos riscos que a exposição ao sol sem proteção pode causar à pele. Mas a minoria, apenas 6%, sabe que também pode haver problemas futuros nos olhos, como catarata, irritações na córnea e lesões na retina.

Na região Sudeste, o número é ainda mais preocupante: apenas 5% dos entrevistados sabem desse risco. Os dados são da pesquisa Transitions/Ibope, divulgada este mês. Quem usa óculos de grau está mais bem informado: 36% dos usuários de lentes corretivas disseram saber dos efeitos nocivos do sol para os olhos.

Para o chefe do setor de catarata do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o oftalmologista Newton Kara José Júnior, a pesquisa mostra que é preciso ter mais cuidado com a visão. “Assim como passamos protetor solar, precisamos proteger os olhos, pois o efeito da radiação solar é cumulativo.” Por isso, é importante começar a proteção o mais cedo possível. “Quando a criança sair do carrinho e começar a brincar, já deve começar a usar óculos e boné.”

Entre as doenças favorecidas pela exposição solar, a catarata - a maior causa de cegueira reversível - é uma das mais conhecidas e, para ela, há cirurgia. A mais preocupante, porém, é a degeneração macular, segundo o médico. A mácula (parte central da retina, que seria como o filme de uma máquina fotográfica) sofre com o passar do tempo e com a radiação solar e, com isso, vai perdendo a função visual. O combate se dá apenas com a prevenção, pois não há tratamento eficaz para o problema. Além dos prejuízos aos olhos, a radiação, segundo o médico, pode ocasionar problemas também à pálpebra, que é a pele mais sensível do corpo. Ela pode ser acometida por câncer de pele, por exemplo.

Para proteger os olhos, o “filtro solar” indispensável são os óculos. As lentes, sejam transparentes e de grau, sejam escuras, devem ter proteção ultravioleta. “Além de filtrar a radiação que possa ir para a mácula, o óculos vai proteger a córnea, a conjuntiva e a pálpebra”, afirma José Júnior. Os óculos sem proteção, no entanto, são um perigo: fazem com que a pupila dilate, entrando mais luz no olho, favorecendo ainda mais lesões.

Não dá para se descuidar nem nos dias nublados, em que também há radiação ultravioleta, lembra o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier. As lentes mais claras, em tons de cinza verde e lilás, também oferecem proteção. “A cor da lente interfere apenas no conforto”, diz. Quem usa óculos de grau deve se assegurar se as lentes têm proteção contra os raios UVA e UVB: estudo recente feito pelo oftalmologista com 223 pacientes com idades acima de 50 anos mostrou que 42% usavam lentes corretivas, mas 70% dos óculos não tinham proteção.

General Optical tem novo CEO

terça-feira, 28 de abril de 2009

Jack Chen, acionista do grupo passa a exercer a função de CEO da GO-General Optical em substituição a Ronaldo Pereira Junior. Tom Lyra, Diretor Executivo de Relacionamento, será o representante da GO junto ao mercado e porta voz da empresa.

Criada em 2003 na área de inteligência de marketing com uma estratégia até então pouco praticada no País - o licenciamento de marcas utilizando personalidades brasileiras da moda e do entretenimento para grifes de óculos -, a empresa construiu um portfólio com marcas poderosas. Além das coleções de óculos de sol e receituário Ana Hickmann Eyewear, Cartier e Mercedes-Benz, exibe atualmente as grifes Fause Haten, Gianfranco Ferrè, Speedo, At!tude by Wanessa Camargo e Bulget by Edson Celulari.

Visão: país ignora efeitos nocivos do sol

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A advogada aposentada Elizabeth Mena, de 60 anos, usa óculos escuros com lentes de grau devido a três problemas de visão: miopia, hipermetropia e presbiopia, também conhecida como vista cansada. Não é só. Todas as lentes são protegidas contra a radiação ultravioleta (UV). "Eu me preocupo com a visão, porque é ela que me permite ler, costurar, dirigir, passear, enfim, ter uma vida ativa", diz.
Elizabeth é um caso raro no país. Uma pesquisa feita pelo Ibope por encomenda da empresa de lentes Transitions mostra que, enquanto 88% dos brasileiros sabem que o sol é capaz de causar câncer de pele, apenas 6% têm consciência do mal que ele pode fazer à visão.

"A radiação faz muito mal aos olhos, mais até do que à pele, porque há danos capazes de comprometer definitivamente a qualidade de vida", afirma o oftalmologista Newton Kara José Jr., professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e chefe do setor de catarata do Hospital das Clínicas. São quatro os males derivados da exposição ao sol: o pterígio, a fotoceratite, a catarata e a degeneração da mácula da retina. Entenda cada um desses males.

Só a degeneração da mácula da retina atinge 50 milhões de pessoas no mundo, de acordo com dados do National Eye Institute, dos Estados Unidos. No Brasil, são 1,2 milhão de vítimas, segundo o oftalmologia Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier. "A estrutura mais afetada é a retina", diz Kara. "Ela passa por um processo natural de desgaste, que é agravado pela ação solar." Num mundo em que a camada de ozônio diminui e a expectativa de vida aumenta, lembram os médicos, os males da visão despertados pelo sol tendem a ser mais frequentes.

Remédio - Para evitar que o desgaste natural da visão seja acelerado pelo sol - levando a uma cirurgia, no caso da catarata, ou à cegueira irreversível, se ocorrer a degeneração macular -, a solução é a prevenção. "É preciso usar óculos, mas não de qualquer tipo: não basta ter lentes escuras e ser comprado em loja, é preciso ter filtro ultravioleta de procedência confiável", diz Kara. "Temos que adotar o filtro em todos os óculos, não apenas no solar", reforça Queiroz Neto.

Sem o filtro ultravioleta, os óculos escuros podem ser até prejudiciais aos olhos. "No escuro, a pupila se expande para a gente enxergar melhor. Tudo leva a crer que, sem proteção contra raios UV, a lente escura pode proporcionar uma maior penetração do sol na pupila."

Desistir dos óculos escuros não é uma alternativa. Além de aliados contra a fotossensibilidade, a intolerância à luz, eles servem de escudo à pálpebra. Esquecida por muitos usuários de filtro solar para a pele, a área não é mais imune ao câncer do que o resto do corpo. De acordo com Queiroz Neto, os melhores óculos escuros são os das cores cinza, esverdeada e marrom leve. O tipo de material usado - vidro ou acrílico - não influi na qualidade da lente. Outra dica para proteger a visão é usar chapéu ou boné com aba para frente, uma forma de diminuir a incidência solar sobre os olhos.