Problemas oculares aumentam até 50% no inverno

sábado, 26 de julho de 2008

Com a chegada do inverno e as características desta estação do ano, como clima seco, a procura por um oftalmologista tende a crescer até 50%. Neste período do ano as atenções devem estar voltadas para as conjuntivites, especialmente as virais, responsáveis pelas possíveis epidemias causadas entre a população.

A conjuntivite pode ser de origem infecciosa, alérgica ou tóxica. As causas infecciosas são transmitidas, mais freqüentemente por vírus ou bactérias e podem ser contagiosas, no caso pelo contato. Na conjuntivite alérgica, as pessoas predispostas à alergias (como quem tem rinite ou bronquite, por exemplo) são os principais alvos, geralmente a alergia atinge os dois olhos, neste caso de forma não é contagiosa.

Já a conjuntivite de origem tóxica é causada por contato direto à algum agente tóxico, que pode ser um colírio ou produtos de limpeza, fumaça de cigarro e poluentes industriais. Alguns outros irritantes capazes de causar conjuntivite tóxica são poluição do ar, sabão, sabonetes, spray, maquiagens, cloro e tintas para cabelo.

Segundo o professor de oftalmologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Gustavo Henrique Salomão, a conjuntivite viral é a mais comum e a que mais causa complicações nesta estação do ano. "Deve-se ter um cuidado especial para não haver contágio da doença", destaca.

O contágio da conjuntivite viral se dá principalmente por contato direto. "Os infectados devem sempre lavar as mãos, evitar coçar os olhos e tocar em locais onde outras pessoas podem tocar, como, por exemplo, maçaneta das portas, mouses de computadores, evitar o uso de lenços de pano, trocar todos os dias as fronhas dos travesseiros e não manter contato com outras pessoas para não contaminar as outras pessoas", alerta o médico.

Lavar as mãos com freqüência, não compartilhar o uso de esponjas, rímel, delineadores ou de qualquer outro produto de beleza, não usar lentes de contato durante este período e evitar banhos de Sol são outras formas de prevenir a epidemia da doença.

Outro cuidado importante é manter sempre os locais arejados, orienta o especialista. "É necessário deixar os ambientes abertos para não proliferar os vírus. Principalmente porque no inverno as pessoas costumam se agrupar", diz Salomão.

SintomasOs principais sintomas para este problema são olhos vermelhos e lacrimejantes, devido à dilatação dos vasos sanguíneos locais, inchaço (edema) do olho ou pálpebra, devido ao acúmulo de líquido no local, irritação, coceira e sensação de areia ou cisco nos olhos.Para aliviar os sintomas causados pela inflamação, Dr. Gustavo recomenda alguns cuidados especiais. "É bom fazer a higienização dos olhos com soro fisiológico e utilizar óculos escuros, além de não aderir a 'receitas caseiras' que podem até piorar o quadro, como passar água boricada ou até mesmo leite de peito nos olhos", orienta.

TratamentoO especialista da FMABC explica que o tratamento para esta doença deve ser feito de acordo com o tipo de conjuntivite e ainda baseado na presença ou ausência de complicações. "Quando aparecerem os sintomas as pessoas devem procurar o oftalmologista e não se automedicar, como ocorre na maioria das vezes", observa.

Além disso, de acordo com Salomão, os sintomas podem ser confundidos e ser de outras doenças. "O mais importante é evitar a automedicação, principalmente porque as pessoas hoje têm o costume de aplicar colírio sem orientação médica, o que pode gerar problemas. Por exemplo, os colírios corticóides, os antiinflamatórios, quando usados por um longo período de tempo podem causar glaucoma ou catarata. Já os vasoconstritores deixam os olhos claros e não tratam a doença", esclarece o especialista.

"O tratamento diminui a inflamação e os sintomas de desconforto e as complicações da doença, no entanto, nem sempre é possível diminuir a duração da conjuntivite", completa o médico. Outro detalhe importante é que em algumas vezes a conjuntivite pode deixar uma seqüela. "Em alguns casos pode ocorrer a diminuição da visão, mesmo após a cura da conjuntivite, por alguns dias ou semanas", finaliza o oftalmologista.

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