Saúde dos olhos: o que há de novo

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Óculos e lentes de contato com tecnologias modernas, cirurgias com menos riscos e até cápsulas que protegem os olhos do sol.

Lentes ultraconfortáveis
Uma nova geração de lentes de contato chegou recentemente ao Brasil e permite que quem tem miopia, hipermetropia ou astigmatismo enxergue nitidamente e sem incômodos. “As lentes mais antigas eram feitas com um material bastante maleável, mas que dificultava a passagem de oxigênio, deixando os olhos avermelhados após algum tempo de uso. Depois vieram as permeáveis, que permitiam maior oxigenação, porém incomodavam”, conta o oftalmologista Carlos Arieta, de São Paulo. A novidade agora são as lentes de silicone hidrogel: maleáveis e úmidas, garantem conforto e a respiração adequada da córnea, especialmente para quem trabalha muitas horas no computador ou passa os dias em ambiente com ar condicionado. Além disso, como a oxigenação é boa, você pode – de vez em quando – dormir com as lentes, o que até bem pouco tempo atrás era inaceitável. “Mas converse antes com seu oftalmologista e evite usá-las por muitas noites seguidas, pois sempre há o risco de lesionar a córnea”, diz o médico.

BOAS OPÇÕES
Acuvue Oasys, da Johnson & Johnson, e Pure Vision, da Bausch & Lomb.
Proteção solar

Que tal economizar e usar a mesma armação com lentes graduadas sob o sol e em ambientes fechados? As lentes fotossensíveis são capazes de clarear ou escurecer de acordo com a incidência da luz – e essa tecnologia ainda resguarda os olhos dos raios UVA e UVB. Novidade: há alguns modelos de lentes de contato que blindam os olhos contra o sol, dispensando assim os óculos escuros.

BOAS OPÇÕES
Transitions, da Essilor International (lentes fotossensíveis para óculos), e Cooperflex UV, da Cooper Vision (lentes de contato).

Catarata sob controle
Uma pesquisa realizada pelo departamento de oftalmologia e ciências visuais da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, mostrou que mulheres que ingeriam boa quantidade de luteína (substância antioxidante presente em gema de ovo, kiwi, mamão, espinafre, brócolis e outros vegetais verdes) reduziram em 23% o risco de desenvolver catarata. Hoje, é comum os médicos prescreverem suplementos nutricionais à base de um tipo de luteína extraída da calêndula para prevenir e combater a degeneração da parte posterior da retina, provocada pela idade e pelo excesso de sol. Quem já tem catarata pode apostar em uma nova cirurgia que, além de corrigir o problema, dispensa o uso de óculos. “A técnica Mix & Match substitui o cristalino (a lente natural dos olhos) por uma lente artificial específica para as necessidades da pessoa – também melhora a visão noturna, corrige a miopia e o astigmatismo”, explica o oftalmologista Leonardo Akaishi, do Hospital Oftalmológico de Brasília.

Menos transplantes
A principal causa de transplante de córnea no Brasil é o ceratocone, doença que modifica a estrutura desse órgão, deixando-o em forma de cone. Uma nova técnica, o Cross-link – já aprovado na Europa e nos Estados Unidos –, é capaz de estacionar o problema. O processo já pode ser realizado aqui, na USP e na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Depois de retirar a primeira camada da córnea, o médico aplica um colírio à base de vitamina B12 e um foco de luz violeta diretamente nos olhos. “Is so enrijece a córnea e evita que a doença evolua”, garante Ana Luisa Höfling-Lima, chefe do departamento de oftalmologia da Unifesp. O procedimen to leva em média uma hora. Além disso, pessoas que têm a doença em estágio avançado e que rejeitaram os transplantes contam com mais uma alternativa: substituir a córnea por uma prótese de acrílico. “Como não é um material vivo, o acrílico não estimula reação inflamatória no organismo”, diz a médica.

Cirurgia sem lâmina
Muita gente já deixou de realizar cirurgias para correção de miopia, hipermetropia ou astigmatismo por medo ou aflição de saber que a córnea é cortada. Mesmo nas cirurgias a laser, é necessário abrir um pequeno orifício com lâmina para levantar uma camada da córnea e só então aplicar o laser para esculpir a superfície do órgão e corrigir o grau. “O novo laser Femtosecond é capaz de fazer esse corte de forma precisa e com menos risco de complicações”, afirma o professor assistente de oftalmologia Marcelo Vieira Netto, da Universidade de São Paulo. A cirurgia é rápida – dura de cinco a dez minutos – e exige o uso de colírio anestésico. “A grande vantagem do laser está no corte mais delicado, regular e preciso da córnea, pois é pro gramado por computador”, com pleta Samir Bechara, chefe do setor de cirurgia refrativa do Hospital das Clínicas de São Paulo. Nos Estados Unidos, a técnica já é bem difundida, mas no Brasil, por enquanto, há ainda poucos aparelhos.

Lasik: do bem ou do mal?
Visão embaçada à noite, olho sem lubrificação, sobra de grau. Esses são problemas que incomodam alguns pacientes que se submeteram à cirurgia de correção de miopia com o laser Lasik. Usado em demasia pelos médicos, muitas vezes sem critério, ele pode ser ineficaz se não for bem indicado. “Por melhor que seja, não é recomendado em casos de olho seco, grau de miopia maior do que 8 ou desestabilizado e quando a córnea é muito fina ou irregular”, diz Bechara.

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