Falta de proteção ocular é alarmante, diz estudo

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O brasileiro ainda não se conscientizou de que é necessário proteger os olhos a radiação ultravioleta, UVA e UVB, pode originar sérios danos aos olhos e acaba expondo a visão a riscos.

Um levantamento realizado pelo oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto com 223 pacientes nos últimos 18 meses mostra que 8 em cada 10 dos entrevistados usa filtro solar na pele. Já quando o assunto é proteção dos olhos, dos pacientes que participaram do estudo 42% usavam óculos com lentes corretivas para miopia, hipermetropia ou astigmatismo, mas 70% dessas lentes não tem proteção UV.

O estudo também mostra que mais da metade, 57,6% desconhece os malefícios que a radiação UV pode causar os olhos. Não é por acaso, comenta o médico, que todo ano surgem 120 mil novos casos de catarata no País, muitos deles precocemente. Isso porque, a falta de proteção aumenta em 60% a chance de surgir a doença que representa mais de 50% dos casos de cegueira no mundo.

A catarata opacifica o cristalino, lente ocular que tem a função de focar as imagens na retina onde as mesagens visuais são enviadas ao cérebro. Pessoas com mais de 50 anos de idade, observa o médico, que passam a apresentar alteração no grau dos óculos e alteração visual, podem estar iniciando o desenvolvimento da doença. Hoje já não é necessário que a catarata amadureça, ressalta , e a cirurgia é feita por uma micro-incisão através da qual são injetadas lentes flexíveis que substituem o cristalino.

LUZ AZUL TAMBÉM AUMENTA RISCO DE CATARATA

Além do UV, ele diz que novos estudos apontam a necessidade de proteção da luz azul. Isso porque, com a idade aumenta o acúmulo de lipofuscina abaixo da mácula (parte central da retina responsável pela visão de detalhes) provocando a DMRI (Degeneração Macular Relacionada à idade). Para evitar esta doença, afirma que hoje já existe no mercado uma lente intra-ocular que além do filtro UV filtra a luz azul e por isso é amarela transparente.

Isso significa que as melhores lentes oftálmicas são as que escurecem conforme a claridade além de terem filtro UV, por serem as únicas com capacidade de bloquear a penetração da luz azul nos olhos, comenta. O estudo conduzido por Queiroz Neto mostra que 70% dos que usam lentes oftálmicas não têm óculos de grau com proteção.

Queiroz Neto ressalta que casos de catarata precoce foram encontrados em um estudo desenvolvido em Virgínia (EUA). Realizado com 834 remadores com idade média de 53 anos que trabalhavam na baía de Chesapeake, este estudo calculou a exposição ocular anual de cada remador a partir da idade de 16 anos. Nos remadores que tiveram uma média superior de exposição à radiação UV foi encontrado 30% de catarata, sendo 111 casos (13%) de catarata cortical e 229 (27%) de catarata nuclear.

OUTRAS DOENÇAS OCULARES CAUSADAS PELA FALTA DE PROTEÇÃO

A exposição excessiva à radiação UV, alerta o especialista, também aumenta o risco de desenvolvimento da degeneração macular relacionada à idade (DRMI), maior causa de cegueira irreversível no Ocidente. Pode ainda causar o piterígio, espessamento da conjuntiva, membrana que cobre a esclera (parte branca do globo ocular) e a superfície interna das pálpebras. Em estágio inicial o pterígio é tratado com pomadas antiinflamatórias em, mas exige intervenção cirúrgica quando evolui.

Os olhos precisam ser protegidos desde a infância, observa, porque aos efeitos da radiação UV são cumulativos e passamos a maior parte do tempo expostos ao sol na infância e adoslescência. Tanto que em país como a Austrália, ressalta, chapéus de abas largas foram adicionados aos uniformes escolares há alguns anos. A prevenção ainda é o melhor remédio para proteger a saúde, conclui

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